segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Morte Devagar Martha Medeiros

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Nostalgia Revivida... poema de 2009

Não me esqueci, lembro-me tal e qual se fosse ontem! Nada, quem ama ou é amado não esquece assim não! Se eu amei? Não sei eu era tão Jovem... Casei-me anos depois, poucos...
Não tenho porque segurar as lembranças, não não é mais amor não, é só nostalgia... Minha querida, nem sei se foi amor um dia...
Pois bem era domingo, não era sábado, Janeiro, sol, muito sol, e logo logo chuva, e a chuva quem ajudou no primeiro beijo... Não, era beijo de encostar, é, daqueles, bemm demoradinhos!
Bem, mas deixa de perguntar, porque se acabo não respondendo nada e não te ajudando!
Minha neta querida, se soubesse que não será o primeiro nem o último! Falo sim, você acha que paixão acaba, que nada, vai até virar amor, ai te enlaça e petrifica, pro lado bom claro!
Pois como já lhe contei era sábado, Janeiro, dia de sol, seguido de chuva ou era domingo? Era fim de semana, lembro que teu avô até tava lá, ah Arnesto já vivia me pentelhando as idéias...Não foi ele não, menina me escuta!
Então, estávamos todos lá... Eu e tanta gente, era festa na ilha, tudo enfeitado... Ele era de outro lugar, não me lembro, ou era das capital ou de algum lugar mais perto...
Logo, logo começou a chover, nem lembro pra que era a festa, mas era..eu tinha acabado de completar 11 anos, de vestidinho de chita, todo rendado, quando ele viu, riu de mim... Chamou-me de Maria de Chita, pode? O radinho da venda tocava uma música dos bacana, era bonita, mas eu nem entendia nada não...
A chuva era daquelas de verão, gelada, todo mundo correu, eu não vi onde ir, ia molhar todas as minhas bandeirinhas, ai eu entre pra dentro da caverninha perto da venda... o assanhado veio junto, gritando , Mariaa de Chitaaa! Eu me aborreci, dei-lhe aquele tapinha infantil...
Suzana, não to dizendo que eles não merecem um tapinha minha neta....
Claro que não foi pra doer não, nesse embolado parei eu de nariz com o próprio, magrelinho que só, dos cabelos cor de fogo, ai não deu outra no aperta, um beijinho saiu... Sai saltitante, ninguém nunca soube ou viu...Passou todo aquele ano, e ele voltou no outro verão, e no outro e no outro, e um dia não mais veio...e não mais...eu? Casei me no quinto ano que ele não mais veio!
Vi sim querida, muitas vezes, e outras muitas, assim que ele voltou-se lá das europas...Hoje?
Hoje ele ainda vem, todo ano, pra trazer seu amigo Thiago que não veio esse ano,aquele dos cabelinhos de fogo, e se não vier no outro e nem no outro, não faça como sua vó, não se case, nem se esconda...Pegue o caminho, seu telefone e procure-o... Se ele tiver outra, ou você não achá-lo?
Bobagem pelo menos poderá dizer que sua vida valeu a pena e não caiu meio ao vão.

Poema de 2009

Ontém meu coração cismou em parar de bater...
Parou por segundos, com as palavras q nele estavam entupidas...
Quando ele descobriu que o que era , não mais foi...
E a decisão soou tão alto e doeu tanto, como uma flecha, flecha certeira...
Tive que crescer, que levantar vôo, e deixar te ali, vago e distante...
E assim será agora? Por todas as horas?
E será e iremos cada qual para o seu lado....E logo isso virará poeira...
E do alto da minha janela te vejo indo, como uma pena que carregava toda a minha felicidade...
Só te peço que para mim, por toda a vida guarde para q não morra a parte que lhe cabe em meu coração....
E hoje a musica em meu coração cessou, pois um pedaço dele se vai com a pena que nela carregou um sonho!

Estrelas*2008

Valsando a dança das ondas
Valsando a dança da vida
Sem perder a cor...
Sem perder cada uma seu terno valor
a cada uma delas atribuido um fino traço de amor
cada traço uma alegria
e uma dor enfim a cada uma uma vida,
a cada uma uma razao sem fio
ou rima a razão sem rima do amar pela vida!

Alguém...

Apenas alguém, mais um alguém que pretende não tão longe daqui, olhar para trás e ver q a vida valeu a pena!
Que dentre as escolhas q tive, posso não ter tido as escolhas certas, mas tive aquelas que melhores foram pra mim!
Quero olhar e dizer q amei com toda a força que pude, todos aqueles q senti vontade e que encontrei o amor que nem uma vida toda dará tempo de se esgotar!
Pretendo ter dado o melhor de mim, principalmente a meus amigos e aqueles que amo irremediavelmente, pretendo ter chorado de soluçar e ter sorrido de doer os dentes!
Quero ter visto coisas, muitas coisas, inúmeras delas, quero ter visto pessoas chegando e partindo!
Quero ter cometido o maior erro da minha vida, e também o melhor acerto!
Quando daqui a algum tempo eu puder sem medo, quero olhar e dizer q fiz não tudo mas grande parte daquilo que pretendia fazer!
Quero ter ouvido palavras doces e amargas como fel, quero ter tido amigos gays, bis e até heteros , muitos deles, para entender os amores sem medidas!
Quero ter lido muito, mas principalmente ter aprendido a ler olhares e sorrisos!
Mas na verdade o que eu quero mesmo é saber que a vida valeu a pena e que nada de muito grave ficou para trás desse caminho!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não tem graça alguma...

Quem já leu o texto Morte, do Pedro Bial??
http://letras.terra.com.br/pedro-bial/969107/
Esse acima!

Enfim, tive o prazer de ler este texto no fds passado, a princípio não dei muita atenção... Mas, após o ocorrido de segunda de manhã, resolvi ler novamente, e percebi...NÃO TEM GRAÇA ALGUMA!

(Na segunda feira pela manhã, não sentindo nada, acordei numa boa seguindo minha rotina de volta às aulas, enfim, chegando na escola a Diretora me disse q havia algo de errado em meu olho direito, bingo - derrame ocular ¬¬!)

Retornando ao texto do Bial agora:

Nós corremos diariamente, nos preocupamos com o que nosso tio, avô, avó, sogra,sogro, colega, aluno, mãe e todos que conhecemos pensam de nós, então...
Passamos dos 4 aos 30 e vai anos de idade dentro de uma sala de aula, não comemos direito,não amamos direito, tão pouco conversamos com Deus e do nada "CLIC" e ali se vai todos os planos, todos os momentos ainda por serem vividos, sonhos, filhos, mestrados, doutorados e tantos tantos detalhes...
Enfim, um susto... um alerta... um início de um "AVC"....
(Estou perfeitamente bem :)...agora!)
Fico pensando... quantos anos buscamos ganhar mais e se chegamos onde queremos, inveja...injúrias e pronto todo o sonho se vai....

Mesmo assim amem mais, vivam mais, se divirtam mais, comam menos e melhor...abracem mais, gritem menos... riam mais e chorem mais de alegria...
Não visite seus avós amanhã, visite hoje... use hoje aquela roupa nova, pq um dia ela ficará ali e sabe lá quem irá achar serventia para ela!
Não deixe para depois buscar vestir aquele jeans 2 números a menos... Diga aos outros que os ama( eu percebi o quanto amo até as pessoas que mal sei que amava e como elas se preocupam comigo, sim as que menos eu falo, são as que mais querem saber como estou!)

Contas? Da-se um jeito...
Vida? Tm que viver com jeito...
Pensem nisso e um excelente sábado!


Ahh.... Meu Amor, Meus pais, minha irmão, meus avós, tios, tias,primos,primas, alunos, amigas de trabalho e os que estão por perto de mim...Eu verdadeiramente amo todos vocês!