quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Nostalgia Revivida... poema de 2009

Não me esqueci, lembro-me tal e qual se fosse ontem! Nada, quem ama ou é amado não esquece assim não! Se eu amei? Não sei eu era tão Jovem... Casei-me anos depois, poucos...
Não tenho porque segurar as lembranças, não não é mais amor não, é só nostalgia... Minha querida, nem sei se foi amor um dia...
Pois bem era domingo, não era sábado, Janeiro, sol, muito sol, e logo logo chuva, e a chuva quem ajudou no primeiro beijo... Não, era beijo de encostar, é, daqueles, bemm demoradinhos!
Bem, mas deixa de perguntar, porque se acabo não respondendo nada e não te ajudando!
Minha neta querida, se soubesse que não será o primeiro nem o último! Falo sim, você acha que paixão acaba, que nada, vai até virar amor, ai te enlaça e petrifica, pro lado bom claro!
Pois como já lhe contei era sábado, Janeiro, dia de sol, seguido de chuva ou era domingo? Era fim de semana, lembro que teu avô até tava lá, ah Arnesto já vivia me pentelhando as idéias...Não foi ele não, menina me escuta!
Então, estávamos todos lá... Eu e tanta gente, era festa na ilha, tudo enfeitado... Ele era de outro lugar, não me lembro, ou era das capital ou de algum lugar mais perto...
Logo, logo começou a chover, nem lembro pra que era a festa, mas era..eu tinha acabado de completar 11 anos, de vestidinho de chita, todo rendado, quando ele viu, riu de mim... Chamou-me de Maria de Chita, pode? O radinho da venda tocava uma música dos bacana, era bonita, mas eu nem entendia nada não...
A chuva era daquelas de verão, gelada, todo mundo correu, eu não vi onde ir, ia molhar todas as minhas bandeirinhas, ai eu entre pra dentro da caverninha perto da venda... o assanhado veio junto, gritando , Mariaa de Chitaaa! Eu me aborreci, dei-lhe aquele tapinha infantil...
Suzana, não to dizendo que eles não merecem um tapinha minha neta....
Claro que não foi pra doer não, nesse embolado parei eu de nariz com o próprio, magrelinho que só, dos cabelos cor de fogo, ai não deu outra no aperta, um beijinho saiu... Sai saltitante, ninguém nunca soube ou viu...Passou todo aquele ano, e ele voltou no outro verão, e no outro e no outro, e um dia não mais veio...e não mais...eu? Casei me no quinto ano que ele não mais veio!
Vi sim querida, muitas vezes, e outras muitas, assim que ele voltou-se lá das europas...Hoje?
Hoje ele ainda vem, todo ano, pra trazer seu amigo Thiago que não veio esse ano,aquele dos cabelinhos de fogo, e se não vier no outro e nem no outro, não faça como sua vó, não se case, nem se esconda...Pegue o caminho, seu telefone e procure-o... Se ele tiver outra, ou você não achá-lo?
Bobagem pelo menos poderá dizer que sua vida valeu a pena e não caiu meio ao vão.

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